Um menininho voltou para casa triste, depois de passar a tarde brincando na casa de um de seus amiguinhos, que era muito pobre. Aquela amizade preocupava os pais do garotinho de classe média, pois ele sempre havia tido tudo do melhor, e nunca tinha presenciado a falta de algo em casa, que fosse do mais necessário, ao mais supérfluo. Mesmo receosos com a diferença de realidade, eles permitiam que o filho se relacionasse com o amiguinho, pois viam que era uma amizade sincera e pura.
Mas naquela tarde, algo havia acontecido. O menininho se sentou no sofá da sala, e algumas lágrimas rolaram em sua face.
Os pais ficaram agitados, nervosos e preocupados. Com o olhar, o pai acusava a mãe por aquela situação, pois ele era relutante em permitir aquela amizade. Pensando as piores coisas, já estava quase a ponto de ir atrás dos pais do amiguinho do filho, para tirar satisfações e perguntar o que tinham feito para o seu filho voltar para casa chorando daquela forma.
A mãe pedia calma com um gesto, mas sentia medo de ouvir do menino que havia sido maltratado. Sentou-se ao lado do filho para consolá-lo e perguntar o que tinha acontecido.
Com a voz distorcida pelo choro, o menino contou: - É que ouvi a mãe do Henrique dizer que eles vão comer ovo frito no Natal.
Parecia que os pais tinham levado um banho de água fria. Ficaram mudos, parados, entreolhando-se, sentindo um nó na garganta.
Antes que pudessem pensar em algo para dizer ao filho, o menino emendou: - Poxa! Que sorte tem o Henrique em ser rico! Porque eles comem ovo frito quase todos os dias, e deve ser muito caro mesmo, porque nós quase nunca comemos ovo frito! E até no Natal eles vão comer ovo frito, e nós, não!
Que vergonha sentiam os pais. Tinham pensado tantas coisas ruins sobre a família do amiguinho de seu filho, quando eles é que estavam sendo ruins, limitados, e preconceituosos. Ficaram ali, encolhidos, desarmados, envergonhados, enquanto o menino chorava por aquele pensamento tão ingênuo. Mas o filho tinha razão. Não há preço que valha desfrutar do que mais se gosta de fazer, do que mais se gosta de comer, por mais simplório que pareça aos olhos dos outros.
Quão ricos eram que se fizeram tão pobres!
Que visão temos tido acerca do dinheiro, dos bens materiais? De que temos feito o nosso Natal?
Quanto temos sido agraciados, e nos feito pobres e miseráveis com nossa ingratidão, nosso egoísmo?
Quando pensamos que não temos dinheiro suficiente, alterando o ângulo pelo qual estamos enxergando, Deus nos mostra quão suficiente é o valor que temos para a necessidade do nosso próximo.
Deus pede que nos importemos com o que Ele se importa, e uma das coisas com que Deus se importa é que compartilhemos e façamos o bem.
Que possamos permitir que Deus desperte em nós o valor às verdadeiras riquezas da vida.
Que possamos reconhecer e dar graças à Deus por tudo o que Ele nos concedeu e concede, retribuindo da maneira como alegra Seu coração.
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Você é muito especial para Deus! Ele que transformar a sua vida!
Um comentário:
Não há nada mais incomodativo do que quando Deus nos mostra o quanto somos egoistas. Quando nos confronta como está escrito em apocalipse 3:17 "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;".
Há pessoas que dizem que precisamos acordar. Eu discordo.
Estamos bem acordados, já que para apontar as falhas dos outros sem piscar. O que precisamos fazer é erguer nossas cabeças, tirar o foco do nosso umbigo e olhar em volta. Seu vizinho precisa de você; Seu irmão precisa de você; Um colega de trabalho, uma pessoa que dorme na praça, nos pontos de onibus...
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