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11 abril 2006

:: [ CRÔNICA ] :: AMOR E PÁSCOA

O que é amor para você? E o que significa a Páscoa na sua vida?
Neste mês comemoramos a Páscoa ("sexta-feira santa", "sábado de aleluia" e "domingo da ressurreição"). Nesse período entramos em êxtase, pois sabemos que certamente logo virá um feriado. Nos reunimos com nossa família e amigos, vamos à igreja assistir à missa ou culto, comemos à mesa com nossa família e, como sobremesa, saboreamos - "ovos de páscoa". A Páscoa passa, vem outra e passa novamente. Uma pergunta, então, surge no ar: O que é a Páscoa? É confraternização? É a celebração onde ocorre o milagre em que um coelho chega a botar ovos de chocolate? - Não! Até você pode responder junto comigo. Não! Você também sabe que a Páscoa comemora a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Feche os olhos agora e veja o rosto de Cristo sobre a cruz no Calvário. A coroa de espinhos faz com que um filete de sangue escorra por seu lindo rosto, ele podia sentir o sol aquecer suas faces e seus olhos azuis, meigos, fixam mansamente a multidão que brada eufórica: "Se tu és mesmo o filho de Deus desce da cruz e salva-te a ti mesmo!"
Se você acha que foi assim mesmo que aconteceu, como as pinturas e as obras de arte refletem, está muito enganado.

Um estudo realizado pelo Dr. Barbet - que é da área de saúde como nós, cirurgião que já viveu por treze anos em companhia de cadáveres e estudou a fundo anatomia, e que também dá aulas como algum de nós dá ou já deu - Seu estudo traz uma breve descrição daquilo que realmente aconteceu com Cristo na cruz:

Sua carne estava dilacerada em várias partes do seu corpo: costas pelas chicotadas que recebera. Os chicotes eram feitos de couro com pedaços de ossos e bolinhas de chumbo. A cada chicotada que recebera a pele se dilacera e se rompe em vários cortes.
Com uma coroa de espinhos duros, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (e os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).

Amarram uma venda em seus olhos e o machucam a pontapés, socos e pauladas. As botas dos soldados tinham pontas de ferro e a cada chute com o bico da bota era mais um grande hematoma dolorido.
Ao ser levado para a cruz, Jesus já estava com as forças se esvaindo. Seu semblante já estava totalmente mudado e diferente daquilo que estavam acostumados. As feridas das chicotadas e da coroa de espinhos estão latejando e certamente inchadas. O suor faz com que venham a arder ainda mais.
Antes de deita-lo na cruz retiram suas vestes, e é como arrancasse uma gaze de uma grande ferida. A dor é intensa e o sangue começa a escorrer novamente.
Chega a hora dos cravos nas mãos e nos pés. Os algozes pegam um longo prego pontudo e quadrado. Apoiam-no sobre os pulsos e pés de Jesus, com golpes certeiros de martelo os plantam e os rebatem sobre a madeira. A dor é insuportável, mas Jesus suporta calado.
Por fim Ele é erguido e a cada solavanco dos soldados puxando a cruz ela é vibrada despertando dores incalculáveis, que continuarão por três horas.
Lá em cima, erguido num Sol escaldante de meio-dia, seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir nada. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Logo um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. Os pregos começam a fazer efeito.
Lá debaixo, quando alguém olha para Cristo, vê sua cabeça duas vezes maior do que o normal por causa dos espinhos, seus olhos esbugalhados pelo espancamento, seu corpo trêmulo, quase sem vida e retalhado, coberto de chagas e sangue. E foi assim até que Ele disse: "Pai, entrego a Ti meu Espírito".

Essa deveria ser a imagem nas telas e esculturas. Isto é que deveria ser lembrado por cada pessoa na Páscoa: o amor de Deus para com os homens. Um amor que tudo suporta calado, sem ao menos gemer. Amor que vai até as últimas conseqüências até mesmo à morte.
Abra seus olhos e olhe nos olhos do amigo ao seu lado. Observe se você pode ver o amor de Deus nos olhos dele. Se conseguir ver ao menos um resquício desse amor dê um sorriso pra ele.
Cristo morreu por nós por amor.
Mas a Páscoa não se resume apenas na morte de Cristo, mas também em sua ressurreição. Jesus Cristo ressuscitou ao terceiro dia (coisa que nenhum outro homem fez) para nos mostrar que podemos vencer através Dele e transmitir amor verdadeiro e essa é a nossa alegria. A alegria da esperança e do amor.
Que com essa Páscoa possamos aprender a cumprir os dois mandamentos que Cristo nos deixou:
Primeiro: Que venhamos a amar a Deus sobre todas as coisas;
Segundo: Que possamos amar o nosso próximo como a nós mesmo, ou seja, tentar amá-lo como Cristo nos amou lá na cruz.


Naasom A. Sousa
Escrito em: 25/04/2003
Paragominas-PA

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