UM POEMA DE W. H. AUDEN
Lutero
Tradução de José Paulo Paes
Consciência pronta a ouvir o ronco do trovão,
Viu o Diabo no vento, todo atarefado
Entrar em campanários, passar sob o vão
Da porta de freiras e doutos em pecado.
O desastre, de que modo evitá-lo, como
Aparar o espinheiro dos enganos do homem?
Carne, um cão silente a morder o seu dono;
Mundo, um lago mudo que os filhos seus consome.
O estopim do Juízo queimava em sua mente:
“Fumiga esta colméia de abelhas, Senhor:
Tudo – obras, Sociedades, Grandes Homens – mente.
O Justo viverá pela fé...” gritou, temente.
E quem, homem e mulher do mundo, o temor
Ou zelo nunca atormentou, ficou contente.
UM POEMA DE NORMA BRAGA
Veias, ou: poeminha protestante
Trago em minhas veias o legítimo sangue protestante.
Quando era pequena, meus pais me chamavam “a contestadora”.
Não é um título ruim diante de um mundo apodrecido.
A tradição dos tempos não pode definir as coisas.
Só Deus é; só Ele define.
Seus remidos o seguem humildemente
desprezando as ordens em contrário.
Quem dera eu fosse protestante
mais do que a carne o deixa.
Quem dera dizer não
a tudo que ofende a Deus.
Só Jesus pôde, ao mesmo tempo,
amar e protestar perfeitamente.
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23 outubro 2007
:: [ POESIA ] :: Dois poemas em homenagem aos 490 anos da Reforma
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