Ajude nosso ministério. Compre produtos no Submarino por aqui.

03 maio 2007

:: [ POESIA ] :: Um poema de Joanyr de Oliveira

Ao irmão sem terra

Ao Josué Sylvestre

Sei que não inculpas a Deus
pelo escuro abismo em tuas mãos.
A terra foi dada aos homens
- e o Senhor os bendiz e afaga
os generosos. E abomina
os que dobram os joelhos aos grãos
antes de semeá-los.

Pelos profetas e pelo Espírito
- em jubileus e anos sabáticos –
Deus pontificou a Israel
que a miséria é filha da injustiça
e o riso dos erguidos do pó,
a alegria dos frutos, dos molhos,
das corolas e semeaduras
fluem em rios de águas vivas
do coração do Altíssimo.

Os que usurpadores saltaram
sobre as ricas dádivas de Deus
- e as bodas dos pobres condenam
a mastigar as entranhas dos ventos –
são anátema. (Anátema! Anátema!)
Os que, enganosos, entronizam
seus tesouros em alturas maiores
que a do trono do Todo-poderoso
vão roer as vísceras do Dragão.
E como cães rasgarão nos dentes
as próprias orelhas mutiladas.

Meu irmão, que o pranto de teus filhos
e a dor do suor de teu rosto
jamais te coloquem nas antípodas
o inocente rosto de teu Deus.
O Senhor te apagará os gemidos
- e com pontas de fogo já marcou
os artesãos da injustiça.
O Deus de amor, certamente,
julgará os vivos e os mortos.


Joanyr de Oliveira é o mais respeitado e premiado poeta evangélico da língua portuguesa. Seus poemas têm indisfarçável temática social de profundas raízes bíblicas. A pouco tempo foi eleito, em Brasília, presidente da Associação Nacional de Escritores (ANE).

Nenhum comentário:

... ...